domingo, 31 de outubro de 2010

Popcorn time



[Collapse(2009) do director Chris Smith]
Tive conhecimento deste documentário através de uma amiga e chamou-me imediatamente a atenção.
A realidade para a qual nos chama a atenção é tão estupidamente chocante que me confesso totalmente estupefacta com as dimensões do monstro em que a sociedade contemporânea se transformou.
Mais: sinto-me totalmente tola; é óbvio que nunca poderei ter um grau de conhecimentos que me permita opinar devidamente sobre qualquer assunto, mas encontrei neste documentário um sem fim de factos sobre os quais nunca me tinha sequer questionado e que estão todos os dias em frente aos meus olhos.


Michael Ruppert foi considerado mais um no grupo dos loucos profetas do Apocalipse. Eu chamo-lhe apenas um ser humano inteligente, consciente e com um grande sentido crítico. Se as suas palavras são duras? São. Enquanto continuarmos a ouvir falar da recessão mundial por intermédio de eufemismos, provavelmente nunca iremos colocar os pés no chão. É exactamente pela simplicidade e pela linguagem directa utilizada que este documentário é tão interessante e chocante ao mesmo tempo. 


Gostaria que toda a população tivesse acesso a este tipo de informações, que pudessem tomar consciência. Não acredito que seja um documentário desanimador, muito pelo contrário. Eu não me tentei suicidar após assisti-lo, com medo que o bicho papão do colapso me comesse. Ao invés, deixou-me mais informada, mais interessada e motivada para saber e fazer mais.


Quanto às partes que mais me chamaram a atenção, uma delas não poderia deixar de ser a que trata da Invasão ao Iraque. Evidencia claramente as verdadeiras intenções dos EUA que sacrificou inúmeros soldados e civis iraquianos para colocar a mão numa quantidade de petróleo que mal dá para disfarçar os números reais do Ouro Negro existente no Mundo. Saddam torna-se um bode expiatório com as supostas armas nucleares e Bush surge como um salvador do povo oprimido.
Aproveitando a deixa da Casa Branca relembro ainda a breve referência feita ao "Nice guy" que por lá mora actualmente e que me chamou também a atenção no filme. Apesar da crença utópica de que Barack Obama ia ser o Salvador do povo americano (ou mesmo do Mundo), continuo a defender que foi a melhor coisa que aconteceu aos EUA nos últimos... séculos? O facto de ser negro veio só por si provar que os americanos estão a mudar a mentalidade e que anseiam por mudança, ou pelo menos a maioria deles. Tenho pena das críticas sensacionalistas da imprensa que lhe cobra milagres esquecendo que há coisas que simplesmente não pode fazer. A toda-poderosa figura do presidente dos EUA está confinada num casulo de interesses, num sistema podre que simplesmente condiciona a sua forma de actuação. Em que país não é assim? Sócrates e Portugal é o exemplo perfeito.


Deixando-me de divagações e chamando a atenção para os trechos do filme que falam de Cuba, da Coreia do Norte, da forma como funciona o crédito e o dinheiro em si, termino esta minha revisão.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sugestão de cabeceira


[Título Original: The God Delusion]
Ainda estou na página 63 e estou a achar absolutamente delicioso. 
Citando um dos excertos que até agora mais me cativou.. (página 29, 1ª edição)


"Por mais apaixonadamente que possa "acreditar" na evolução, o verdadeiro cientista sabe exactamente o que seria necessário para mudar de ideia: provas. Quando perguntaram a J. B. S. Haldane que provas poderiam contradizer a evolução, este respondeu: "Fósseis de coelho no Pré-Câmbrico." Permita-se-me que crie também a minha própriaa versão simétrica do manifesto de Kurt Wise: "Se todas as provas do universo se revelassem a favor do criacionismo, eu seria o primeiro a admiti-lo e imediatamente mudaria de ideia. Contudo, da maneira como as coisas estão, toda a evidência disponível (e ela é abundante) dá razão à evolução. É por este motivo que eu defendo a evolução com uma paixão correspondente à dos que a ela se opõem. A minha paixão baseia-se nas provas. A deles, ao arrepio de todas as provas, é verdadeiramente fundamentalista."


As pessoas são boas; as pessoas são más. É nelas que continuo a acreditar.
Vou continuar a ler encantada, com toda a calma que um belo livro destes requer.

Mundo Paralelo

"Feed your insecurities, feed your brain", my conscience said.

Amo os meus amigos e acredito piamente que também me amem! [Esta minha conclusão ainda que precipitada, roça o limite máximo do quão crente (nas pessoas) eu consigo ser.] Então porque é que o meu cérebro continua a dizer-me que eu tenho um género de pseudo-fobia social? 
Olho-me nos olhos e auto-confesso que não gosto de pensar no julgamento dos outros, que tenho um profundo e insistente medo de parecer idiota e que me consumo a cada dia com um aguçado (afiado?) insisto crítico para comigo mesma. Serei tão estupidamente egocêntrica ao ponto de querer atingir um grau de perfeição que simplesmente não pertence ao meu pequeno mundo? Ou serei tão estupidamente não-egocêntrica ao ponto de esquecer a minha auto-confiança e só conseguir ver-me através de meros espelhos?
Não sei se quero descobrir. Quero uma garrafa com uma % de álcool aceitável, uma caneta e um papel, despejar tudo isto e caminhar.