quarta-feira, 16 de novembro de 2011

same old story, once again; different words

Não escrevo há tanto tempo que já devo ter criado raízes nas paredes do crânio.
Tenho que resolver isto de me querer rasgar toda em mil pedaços;
ou tenho que perceber esta mania que tenho em sentir prazer nesta tristeza brutal que se injecta em todos os meus poros numa overdose de sentimentos reprimidos.
Implosões de dor. Enveneno-me.
E sorrio.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


A minha alma que se afogava soltou-se, elevou-se e finalmente respirou.
O oxigénio aconchega-me, mesmo tendo espinhos.

domingo, 4 de setembro de 2011

O ponteiro acerta na hora pretendida.
Veste o melhor vestido. Batom rouge, eyeliner e máscara.
Cabelo perigosamente solto, perfume no ar e salto alto.
A noite é fria e sarcasticamente reconfortante; p'ra quê temer o escuro? Tudo é tão belo e difuso.
Deixa-se a noite escorrer pela garganta; o batom desbota nas veias e é-se feliz.
Quer-se deixar os olhares frios p'ra depois, mas as íris não obedecem e deslizam de perspectiva sem que se dê conta.
O ponteiro acerta na hora morta.
A noite despede-se e ameaça com a brilhante promessa de sol.
O vestido, o melhor, parece feito de pó ao jazer esquecido na cama, descobrindo um corpo nu que nada mais pode despir.
Matizes de cor escorrem da face para o papel, esmorecendo a obra-prima. E a luz.
A sensação de efemeridade é imensa e avassaladora. Há um vazio que nem de palavras se pode encher. Que resta? Imagens? Memórias? Cega as tuas íris, darling. Elas podem deixar-te louca.

domingo, 10 de julho de 2011

Esse magnetismo é sufocante. Impressionante o poder que têm na minha mente, os pensamentos que eu quero esquecer.
Desviar o olhar do que não se quer ver; desviar o olhar do que no fundo se quer ver, mas que não se pode. 
Olha para a direita. Para ali não! Olha para a esquerda. Para ali não.
Esse magnetismo é sufocante.
A minha definição de orgulho é clara e violações públicas a esse contrato silencioso não são permitidas.
Deixas-me viver o Carnaval de Veneza a cada noite; ergo o queixo no esplendor da minha máscara, gasta de tão usada, imitação barata dos traços de uma qualquer rainha, esquecida pelo passar das Eras. Forço o sorriso mais feliz que consigo imaginar e combino-o com um olhar divinamente arrogante numa expressão alheia, consagrada unicamente à minha sede hedonista.
Passo por um espelho e não me revejo. Quem sou eu afinal? Conseguiste retirar esse "Eu" de dentro de mim, esse "Eu" tão fingidor de orgulho e que me protege de uma penumbra que só abraço quando ninguém vê.
Esse magnetismo é sufocante. Não tentes retirar outro "Eu" de mim; não aqui e não agora.
Eu - sou várias. Eu sou "nós". Quem serei quando acordar?
A jovial, com sede de vida, com vontade de fazer tudo? Engraçado, essa sai pouco, mas já a vi.
A apática, que deambula pelo chão frio desta casa na esperança de sentir algo, nem que seja o frio das paredes brancas? Talvez não, amanhã... 
A orgulhosa rainha, de máscara em punho? Quiçá, pela noite dentro, se houver necessidade.
E a aia da rainha? Não nos esqueçamos dela, já que nela concentra o maior número de características do eu elementar. Sem máscara e sem esperança. Permanentemente destroçada e afundada em si...


Esse magnetismo é sufocante.
Por favor, não faças de mim aia quando sou rainha,
pelo menos esta noite.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Horas. Dias. Perguntas

Sou uma "metaforista". Eu sei que a palavra não existe sequer.
Quero dizer tudo, não dizendo nada.
Quero dar sinais; simples e simultaneamente complexos.
Quero que os entendam tanto quanto quero que me amem... a cada dia, sem que precise pedir.
Não sou vulnerável. Ou sou ?!
Se o sou, em que grau? - "Baixo!", gosto de pensar. E sejam quais sejam as vulnerabilidades não quero que as descubram... ou quero ?
NÃO Quero!
Quero ?!... quero que as desvendem pelo meu olhar.
Só. Só isso. Que vejam a tristeza.
Que percebam que sou forte. Mas que preciso que me abracem, que me beijem e me amem.


Quero um dicionário só p'ra mim, porque já nem eu consigo entender tudo isto.

domingo, 15 de maio de 2011

O portal da segunda dimensão já se fechou e é altura de colocar os pés na Terra.
O chão continua um pouco escorregadio por baixo dos meus pés, mas está bastante mais seco e estranhamente equilibro-me melhor.
Equilibro-me melhor! - Uau!
Ao que parece o tempo começa a dar os seus frutos. Os ponteiros fantásticos continuam a percorrer os minutos e as horas ditando o tempo que falta para as feridas sararem por completo. A água é mole, a pedra é dura; bateu bateu e lá furou, mas a água passa, condensa-se; congela(!)... e a pedra continua imutável e serena. Desgastada, mas serena.


Só tenho pena de contribuir para a minha própria deterioração. Irremediável.

domingo, 1 de maio de 2011

Delusion

Desisto. Desisto de tudo, tenho vontade de dizer.
Estou cansada; fisicamente e psicologicamente cansada.
Não consigo dormir porquê?! Mesmo que tenha pesadelos eu quero dormir.
Isto não é só uma ressaca. É uma ressaca mental. 
Não quero pensar; não me quero preocupar; não quero chegar a casa e ter vontade de chorar..
..não quero estar à mesa e ter vontade de chorar; não quero estar deitada e ter vontade de chorar; não quero escrever com vontade de chorar. E se parar de escrever, resolve? E se parar de pensar, resolve?
Talvez resolva, mas eu não consigo parar. 


Acho que tenho uma taquicardia qualquer. Levanto-me e sinto o coração a disparar. O engraçado é que ao longo do dia a tensão desce desce desce até (me) subir para as nuvens, o coração quase que para.. será que vou desmaiar? Qualquer dia..
O Google e o ABC da saúde dizem que pode ser um indicador de quadros emocionais alterados, que é como quem diz, quadros depressivos.. Boa! Preciso mesmo de batimentos cardíacos acelerados para me dizerem que a minha personalidade não é das mais optimistas.
Será que preciso de Prozac?


"Mais Platão; Menos Prozac", já diz a sabedoria das ruas da minha cidade...
- Olá Platão, sabes dizer-me porque estou (/sou) tão frágil? E o facto de não querer que ninguém note... é normal?
aaaah... talvez escolha o Prozac - So sick and tired of hiding the mess I am.

quinta-feira, 21 de abril de 2011


Numa noite de Verão construí um castelo de areia.
Numa noite de Verão construí um castelo de ar.
Sorri de novo, e com tão pouco senti-me princesa no castelo de ar.
Andei pelos salões, percorri-os sem dar conta
inebriada por sensações que há tanto não sentia.


Numa noite de Inverno encontrei um salão trancado.
Numa noite de Inverno o castelo se desfez.
Chorei de novo, e com tão pouco senti-me mendiga numa praia sem mar.
Choveu-me tanto no corpo que fiquei sem cor.
Fiquei invisível e misturei-me com o nada.
-- Será por isso que me deixas-te de ver?

domingo, 17 de abril de 2011

..and so he comes in and pretends that I don't exist

..tenho saudades.. E só quero que alguém me abrace, mas não digo a ninguém. A muralha pode enfraquecer, mas não cai, essa é a minha certeza. E continuará a sê-la (sempre?).

terça-feira, 12 de abril de 2011

Love at first sight. They want me to have them. 
some Jeffrey Campbells for me please..

segunda-feira, 28 de março de 2011


Se as coisas estão más, vão piorar. Não é tão mais fácil encarar as coisas desta forma? Pelo menos está-se preparado. Com a componente psicológica debilitada, a física sente-se no direito de se aliar a ela. Se eu já sentia vontade de me deitar na cama e não acordar, agora nem preciso de desculpas. Quero esvair-me em lágrimas para expelir isto tudo de dentro. E o que mais me dói é este desconhecimento.. o não saber de nada. E a falta..
-ter que fingir que não magoa quando afinal me afecta a cada dia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Heaven knows I'm miserable now

"I was happy in the haze of a drunken hour; But heaven knows I'm miserable now; I was looking for a job, and then I found a job;
And heaven knows I'm miserable now; In my file why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?;
Two lovers entwined pass me by; And heaven knows I'm miserable now; I was looking for a job, and then I found a job;
And heaven knows I'm miserable now; In my life why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?;
What she asked of me at the end of the day; Calígula would have blushed; "You've been in the house too long", she said; And I naturally fled; In my life why do I smile at people who I'd much rather kick in the eye?;
I was happy in the haze of a drunken hour; But heaven knows I'm miserable now; "You've been in the house too long", she said; And I naturally fled; In my file why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?"


.by The Smiths -- http://www.youtube.com/watch?v=SfkvPnjb9hs


[Morrissey, not funny leres-me os pensamentos]

quinta-feira, 17 de março de 2011

À lupa, once again.

O equilibrismo [ou a sua tentativa] mantém-se presente a casa dia. Os pensamentos derrotistas assaltam-me repentinamente e eu contrabalanço-os automaticamente, pressionando o outro prato da balança. -- Vais estar bem hoje e não vais pensar em parvoíces! -- Penso, incitando-me. As sensações desvanecem-se e consigo não me auto-centrar por momentos, conduzindo-me para uma tela negra com vagos pensamentos quotidianos, pouco ou nada importantes.
Percorro sem me aperceber, todo o diâmetro do ciclo/círculo vicioso, e dou por mim assim: a escrever sobre toda esta amálgama interna novamente [ontem].
A primeira frase que me vem à cabeça é: "Como eu invejo o Alberto Caeiro!". A simplicidade; naturalidade. Pura alegria; felicidade ingénua. Ingénua, mas verdadeiramente sentida.
Que é isso de felicidade e porque é que a perseguimos de forma incessante? Insisto na ideia de que me deveria sentir feliz mas que não consigo.
Tenho família. Pais, avós. Tenho amigos, colegas. Tenho uma casa, tenho conforto, tenho o que a maioria das pessoas gostaria de ter e não tem: qualidade de vida. Tenho dinheiro, tenho vida social; não tenho problemas de saúde graves.
Fico farta do verbo "Ter"!
Irrita-me que não se associe ao verbo "Sentir".
Prender-se-à com o meu desprezo pelos bens materiais em si? Com a minha ideologia de igualdade e partilha?! Serei hipócrita ao ponto de me dar ao luxo de dizer que não me importo com o papel do dinheiro na minha felicidade, só porque não tenho falta dele?
Se soubessem quantas vezes eu me questiono sobre tudo isto... Eu própria considero impressionante o número de vezes que estas questões se me colocam.
Família e amigos. Como eu os amo. Como eu agradeço por fazerem parte da minha vida; só eu sei a importância que têm, o bem que me fazem sentir. São análogos à Natureza de Caeiro; só eles me resgatam de mim e me trazem momentos de felicidade pura. Rara... mas natural. Sem ter que pensar.
Por vezes só não quero pensar. Se pudesse tomava comprimidos para dormir a acelerar assim os ponteiros do relógio. Pudesse eu entrar no meu cérebro e bloquear por momentos as sinapses; bloquear a Hostilidade interna, que recentemente descobri em mim como sento um forte traço de Personalidade... [uma faceta do Neuroticismo, não no sentido patológico da palavra, felizmente].
Só não entendo o porquê do negativismo. Porque não pode ser ao contrário? Porque é que, sentada numa cadeira em horas mortas, não tenho vontade de rir? O que precipita os rios salgados que repentinamente banham as minhas faces?
A minha personalidade formou-se e decidiu hostilizar-me [hostilizar-se?]. Ela não quer, eu sei; e por isso perdoo-a. É assim e não consegue evitá-lo. Aceitar-me. Simplesmente aceitar-me? Quiçá, nunca.


quarta-feira, 9 de março de 2011

-

Não sei o que fazer, não sei o que escrever. Parece que até perdi o jeito de expressar-me. Só me vêm há cabeça palavras estúpidas, que não dizem nada e que dizem tudo. Mas não consigo organizá-las.. para que digam (e não digam) o que eu quero dizer.


Frio. Tenho frio. O meu quarto está quentinho e nem sequer estou arrepiada. Vazio, vácuo, nada.. é o que predomina. Olho para o ecrã à espera que os meus dedos escrevam sozinhos, sem que tenha que esmiuçar as entranhas da minha massa cerebral.
Parece que o frio já não me protege desse vazio inútil que eu tento suprimir e que volta e meia me assalta.


Com tanto sofrimento neste planeta, eu dou-me ao luxo de me sentir infeliz. Ultrapassa os meus ideais, tudo aquilo que defendo.
Quero partir o espelho; quero beber.. tanto quanto quero um abraço; quero um beijo. Quero que me confortem sem que tenha que o pedir; julgava que essa era a função dos meus olhos, mas parece que até eles se tornaram inúteis, e só conseguem chorar como se eu realmente tivesse razões para isso. Mas não tenho..


..e o desequilíbrio nos pratos da balança mantém-se. Eu não preciso ser feliz; só quero que este sentimento desapareça. E é tudo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Hoje estou..

..estranha.
Que outra palavra utilizar?
Este estado de espírito que se perde no labirinto do meu cérebro,
e que do seu dicionário faz pouco,
refutando os adjectivos que me vão surgindo enquanto procuro, incessante, por uma definição.
Hoje eu não sou eu.
Sou um nada, um limbo humano.
Uma ossada oca, revestida de tecidos, nervos.. que não existe.
Onde estou?
Esta transcendência intriga-me.
Sair de mim, será comum?
Fugir de mim, uma imprudência?
Refugiar-me num mundo paralelo onde não me consigo encontrar.
Desabafando, eu me confesso: Tenho medo.
Tenho medo destes estados d'alma..
..que eu própria não compreendo.