segunda-feira, 28 de março de 2011


Se as coisas estão más, vão piorar. Não é tão mais fácil encarar as coisas desta forma? Pelo menos está-se preparado. Com a componente psicológica debilitada, a física sente-se no direito de se aliar a ela. Se eu já sentia vontade de me deitar na cama e não acordar, agora nem preciso de desculpas. Quero esvair-me em lágrimas para expelir isto tudo de dentro. E o que mais me dói é este desconhecimento.. o não saber de nada. E a falta..
-ter que fingir que não magoa quando afinal me afecta a cada dia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Heaven knows I'm miserable now

"I was happy in the haze of a drunken hour; But heaven knows I'm miserable now; I was looking for a job, and then I found a job;
And heaven knows I'm miserable now; In my file why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?;
Two lovers entwined pass me by; And heaven knows I'm miserable now; I was looking for a job, and then I found a job;
And heaven knows I'm miserable now; In my life why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?;
What she asked of me at the end of the day; Calígula would have blushed; "You've been in the house too long", she said; And I naturally fled; In my life why do I smile at people who I'd much rather kick in the eye?;
I was happy in the haze of a drunken hour; But heaven knows I'm miserable now; "You've been in the house too long", she said; And I naturally fled; In my file why do I give valuable time to people who don't care if I live or die?"


.by The Smiths -- http://www.youtube.com/watch?v=SfkvPnjb9hs


[Morrissey, not funny leres-me os pensamentos]

quinta-feira, 17 de março de 2011

À lupa, once again.

O equilibrismo [ou a sua tentativa] mantém-se presente a casa dia. Os pensamentos derrotistas assaltam-me repentinamente e eu contrabalanço-os automaticamente, pressionando o outro prato da balança. -- Vais estar bem hoje e não vais pensar em parvoíces! -- Penso, incitando-me. As sensações desvanecem-se e consigo não me auto-centrar por momentos, conduzindo-me para uma tela negra com vagos pensamentos quotidianos, pouco ou nada importantes.
Percorro sem me aperceber, todo o diâmetro do ciclo/círculo vicioso, e dou por mim assim: a escrever sobre toda esta amálgama interna novamente [ontem].
A primeira frase que me vem à cabeça é: "Como eu invejo o Alberto Caeiro!". A simplicidade; naturalidade. Pura alegria; felicidade ingénua. Ingénua, mas verdadeiramente sentida.
Que é isso de felicidade e porque é que a perseguimos de forma incessante? Insisto na ideia de que me deveria sentir feliz mas que não consigo.
Tenho família. Pais, avós. Tenho amigos, colegas. Tenho uma casa, tenho conforto, tenho o que a maioria das pessoas gostaria de ter e não tem: qualidade de vida. Tenho dinheiro, tenho vida social; não tenho problemas de saúde graves.
Fico farta do verbo "Ter"!
Irrita-me que não se associe ao verbo "Sentir".
Prender-se-à com o meu desprezo pelos bens materiais em si? Com a minha ideologia de igualdade e partilha?! Serei hipócrita ao ponto de me dar ao luxo de dizer que não me importo com o papel do dinheiro na minha felicidade, só porque não tenho falta dele?
Se soubessem quantas vezes eu me questiono sobre tudo isto... Eu própria considero impressionante o número de vezes que estas questões se me colocam.
Família e amigos. Como eu os amo. Como eu agradeço por fazerem parte da minha vida; só eu sei a importância que têm, o bem que me fazem sentir. São análogos à Natureza de Caeiro; só eles me resgatam de mim e me trazem momentos de felicidade pura. Rara... mas natural. Sem ter que pensar.
Por vezes só não quero pensar. Se pudesse tomava comprimidos para dormir a acelerar assim os ponteiros do relógio. Pudesse eu entrar no meu cérebro e bloquear por momentos as sinapses; bloquear a Hostilidade interna, que recentemente descobri em mim como sento um forte traço de Personalidade... [uma faceta do Neuroticismo, não no sentido patológico da palavra, felizmente].
Só não entendo o porquê do negativismo. Porque não pode ser ao contrário? Porque é que, sentada numa cadeira em horas mortas, não tenho vontade de rir? O que precipita os rios salgados que repentinamente banham as minhas faces?
A minha personalidade formou-se e decidiu hostilizar-me [hostilizar-se?]. Ela não quer, eu sei; e por isso perdoo-a. É assim e não consegue evitá-lo. Aceitar-me. Simplesmente aceitar-me? Quiçá, nunca.


quarta-feira, 9 de março de 2011

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Não sei o que fazer, não sei o que escrever. Parece que até perdi o jeito de expressar-me. Só me vêm há cabeça palavras estúpidas, que não dizem nada e que dizem tudo. Mas não consigo organizá-las.. para que digam (e não digam) o que eu quero dizer.


Frio. Tenho frio. O meu quarto está quentinho e nem sequer estou arrepiada. Vazio, vácuo, nada.. é o que predomina. Olho para o ecrã à espera que os meus dedos escrevam sozinhos, sem que tenha que esmiuçar as entranhas da minha massa cerebral.
Parece que o frio já não me protege desse vazio inútil que eu tento suprimir e que volta e meia me assalta.


Com tanto sofrimento neste planeta, eu dou-me ao luxo de me sentir infeliz. Ultrapassa os meus ideais, tudo aquilo que defendo.
Quero partir o espelho; quero beber.. tanto quanto quero um abraço; quero um beijo. Quero que me confortem sem que tenha que o pedir; julgava que essa era a função dos meus olhos, mas parece que até eles se tornaram inúteis, e só conseguem chorar como se eu realmente tivesse razões para isso. Mas não tenho..


..e o desequilíbrio nos pratos da balança mantém-se. Eu não preciso ser feliz; só quero que este sentimento desapareça. E é tudo.